Um mistério chamado Déjà Vu

Ciência X Religião

Foto: reprodução da internet





A definição para a sensação foi proposta em 1983 pelo neuropsiquiatra americano Vernon Neppe. Para o estudioso, Déjà Vu era definido como uma impressão inapropriada de familiaridade com uma experiência presente, onde o ser humano não consegue explicar o que parece ser impossível. "A sensação acontece quando a memória envia uma falsa mensagem do que acabou de ver para o cérebro. Um erro na integração e no processamento da informação", define o psiquiatra Amaury Cantilino.

A estudante de psicologia Melissa Dantas, 20 anos, teve o primeiro Déjà Vu ainda criança. "Estava na cantina do colégio, comprando um picolé, quando tive a sensação de já ter vivido aquilo antes". A experiência é marcante para a jovem desde então. "É como se fosse tudo visto em câmera lenta, eu vendo tudo acontecendo novamente. Dá uma angústia na hora, mas logo passa", descreve.

Para Melissa, um Déjà Vu foi marcante em sua vida. "No dia em que meu tio morreu, eu já tinha visto tudo antes. Era como se eu tivesse vivendo intensamente todo aquele momento por duas vezes".

A jovem estudante de fotografia Ana Paes Leme, 17 anos, acredita que a sensação tem um lado ruim e outro bom. "É ótimo e curioso quando posso sentir algo pela segunda vez. Mas, quando o momento é desagradável, você quer evitar a sensação, o que é impossível".

Sensação experimentada por quase todos as pessoas em algum dia na vida, acende o sinal de alerta quando ocorre cronicamente e de forma idêntica. "O erro de processamento de informação pode ter causas em uma lesão no lobo temporal causada por uma epilepsia", atesta Amaury Cantilino.

Apesar de não ter idade nem hora de aparecer pelas nossas vidas, o Déjà Vu acontece com mais frequência na adolescência e começo da vida adulta. "Esta é uma fase com muitas migrações neuronais e desenvolvimento cerebral. O cérebro só alcança a maturidade entre 21 e 22 anos", ressalta Dr. Amaury.

Períodos de estresse também são momentos oportunos para desencandear crises dissociativas (quando a percepção e a memória do cérebro não estão integradas). "O cérebro gasta tanta energia com apenas um foco, que as funções ficam perturbadas", completa o psiquiatra.

RELIGIÃO - A presidente da Federação Espírita Pernambucana (FEP), Ednar Santos, acredita que as causas do Déjà Vu são as vivências do espírito, e não do corpo. "Quando estamos em estado de descanso, a alma emancipa-se e experimenta várias sensações. Pode viajar por vários países e até mesmo por outros planetas".

Quando estamos no estado de vigília - consciente de tudo que acontece ao nosso redor - podemos nos lembrar daquilo que o espírito presenciou no nosso estado de descanso (na hora do sono). "Por isso que algumas pessoas têm aquela sensação de familiaridade com algo. O espírito já passou por esta situação em seu estado de emancipação", explica Ednar. No vídeo abaixo, Ednar comenta as principais características do Déjà Vu para a religião espírita:

O Déjà Vu no espiritismo também é visto como recordações de vidas passadas. "Algumas experiências de vidas passadas são tão marcantes para os espíritos que eles não conseguem esquecer e nós vemos na forma de Déjà Vu."

A sensação referente ao nosso espírito é chamada de anímica. Há também um outro tipo de Déjà Vu no espiritismo, o mediúnico. "O Déjà Vu mediúnico acontece quando uma entidade espiritual faz com que uma pessoa veja algo que a entidade gostaria de repassar", completa Ednar Santos.